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Zeca carioca e o Donald

Erick Mancilla 12/07/2015

 

Já faz 73 anos que o Pato Donald veio para o Rio de Janeiro e conheceu seu amigo Zeca Carioca, depois de beber cachaça e sambar, ele voltou para casa mostrando para todo o mundo o maior e mais engraçado estereótipo brasileiro da história. Após essa visita, os dois se tornaram fiéis amigos, Zeca mandava todas as frutas que seu amigo Donald gostava, e em troca o nosso amigo pato nos dava uma ajudinha para manter a ordem e o progresso por aqui. Na última semana Zeca retribuiu a visita e foi a Washington para cessar velhas mágoas e voltarem a ser amigos para sempre. Que metáfora bonita, que mundo lindo que Walt Disney criou, uma pena a realidade ser menos engraçada.

 

Numa disputa encenada com apertos de mãos e saudações de amizade, não fica de quem é a preferência, os Estados Unidos ainda estão com uma economia em recuperação, que poderia ser a Neosaldina da nossa dor de cabeça econômica. Por outro lado, os Estados Unidos querem mostrar como é bom tê-los ao seu lado, já que a realidade de um bloco econômico do BRICS cada vez mais unido se aproxima a passos chineses.

 

O presidente Obama é um dos primeiros a defender a presidente Dilma, traços de uma amizade mais partidária do que pessoal, saudade do tempo de Lula talvez. Já Dilma vem mostrando um largo sorriso ao presidente norte americano, mas não é difícil imaginar que uma pessoa que sofreu tortura em uma ditadura patrocinada por departamentos do governo americano, cuja seu país voltou a ser espionado por agencias americanas similares a essas da ditadura, tenha rancor no coração. Contudo, se há um fator que vem perdendo influência nas relações internacionais, esse é o afeto dos chefes de estado pelos outros.

 

Em 2012, o fluxo bilateral de comércio em bens atingiu o recorde histórico de US$ 75,8 bilhões, quase 17% superior ao pico de US$ 63,2 bilhões, anteriormente à crise econômica de 2008 e 2009. E todos no jogo sabem que não pode se dispensar bilhões de dólares, logo, mesmo com um clima tenso, os dois Estados vão tentar se ajudar economicamente e também politicamente.

 

Os 70 bilhões de dólares garantem não só supermercados e cofres cheios, mas como também uma boa amizade. Fora mais uma chance do Estados Unidos parar de ser visto como o Evil Sam em todo o continente americano, estimulando-os a serem “amigos de infância” do Brasil. Essa chance vem com eventos importantes, como a reaproximação dos norte americanos com Cuba, a COP Paris sobre desenvolvimento sustentável e quem sabe um consenso na OEA sobre as atitudes do governo Maduro na Venezuela.

 

O Brasil vem sem movimentando em todos os eventos acima já por um bom tempo, os Yankees querem pegar carona no avanço político brasileiros, então, para eles, o Brasil é tudo menos um anão diplomático, e Obama fará questão de afirmar isto a todos os ventos. A quem será benéfica essa carona, somente o tempo dirá.

 

Ao contrário do que alguns petistas pensam, Zeca Carioca pode fazer relações com múltiplos países, falar com os Estados Unidos não impedem de criar uma moeda única com os BRICS, não existe embargo. Não houve da parte do governo brasileiro resposta severa o bastante para responder ao ultraje da espionagem da NSA no nosso território, mas somos um Estado não um clube de turismo, o mundo precisa girar e o Brasil precisa estar na roda, voltar a negociar com os Estados Unidos é essencial. Porque, assim como demostrou Walt Disney e afreimou Barack Obama, somos todos americanos.

© Releitura 2015. Orgulhosamente criado com Wix.com

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